Ocupação Refúgio: Arte, Ciência e Tecnologia

Refúgio é um lugar onde estamos acolhidos, protegidos de perigo iminente. Onde o encontramos diante da Covid? Em nossas casas? E como nos refugiamos da solidão do isolamento social? Nas telas, pela internet?

Talvez, o coronavírus tenha disseminado uma experiência de vulnerabilidade análoga àquela vivida desde sempre pelos povos refugiados. Desterrados em suas próprias casas. Sem chão.

Em 2021, o Sesc Quitandinha acolheu a Ocupação Refúgio como uma forma de explorar os recônditos dessa condição humana, através de experiências e narrativas interativas e imersivas na interseção entre arte, ciência e tecnologia. Baseado em pesquisa e cocriação, processos criativos abrem as portas para diferentes dimensões, possibilidades e significados da palavra refúgio em nosso contexto histórico.

As instalações artísticas Irifi: Estrelas do Deserto e Quarentena: como será o amanhã? Abordaram, respectivamente, a experiência de refúgio do povo saaraui desde 1975 no Saara Ocidental e das pessoas isoladas em suas casas durante a covid 19. A Mostra Corona Bug apresentou seis projetos online criativos nos quais equipe, participantes e público encontraram acolhimento durante a pandemia. Em paralelo, uma programação de debates, oficinas e residências no espaço presencial e virtual explora os desdobramentos com uma abordagem intensa em tecnologia, ciência e humanidades.

IRIFI: ESTRELAS DO DESERTO

O deserto do Saara é uma das regiões mais inóspitas do planeta. A região é seca o suficiente para mumificar cadáveres e matar bactérias. Por séculos, o povo saaraui vive sob essas condições extremas e acumula uma cultura nômade própria, onde as estrelas ocupam um lugar especial. A instalação oferece uma experiência imersiva e interativa no universo simbólico e afetivo do povo saaraui, através das histórias sobre as estrelas e suas vidas na condição de refugiados.

Quarentena: como será o amanhã?

O corona infectou o mundo. Nos refugiamos em casa, dos perigos do contágio. Nos refugiamos na rede, da solidão de nossas casas. As telas eram janelas para a interação com o mundo. Em 2020, diziam: vai passar. Poucos imaginavam que 2021 seria ainda pior. Em Quarentena, o visitante se encontra em um apartamento imerso em projeções futuras das pessoas isoladas, respondendo à seguinte questão: como será o amanhã depois da pandemia?

Mostra Corona Bug

A Mostra Corona Bug apresenta uma seleção de seis projetos interativos online, onde o visitante pode encontrar acolhimento ao participar de forma ativa – mesmo que isolado em sua casa durante a pandemia. Em WindowSwap, pode abrir janelas ao redor do mundo. Em Human Online, encontrar rostos que dizem mais em silêncio. Em Corona Haikus e Museu do Isolamento, criar com a temática da pandemia. Em Cartografia de Memórias e Inumeráveis, registrar histórias e homenagear pessoas inesquecíveis. 

A Mostra é uma seleção de projetos ativos em 2021 de uma pesquisa ampla, chamada Mapeamento Corona Bug, realizada pelo Bug404 em 2020, coordenada por André Paz. A equipe do Mapeamento contou com pesquisadores parceiros e alunos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e do Programa de Pós-Graduação em Mídias Criativas (PPGMC), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ). E com o apoio da Pró Reitoria de Extensão (ProeXc) da UNIRIO.

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Ficha Técnica

DIREÇÃO ARTÍSTICA

André Paz

COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO, PROGRAMAÇÃO E PRODUÇÃO

Ana Cunha 

CRIAÇÃO CENOGRÁFICA E DIREÇÃO DE ARTE

Celophane Cultural – Jefferson Duarte 

MONTAGEM E ADEREÇAGEM ARTÍSTICA

Cenografia Sustentável – Renato Ribeiro 

DESENHO DOS DISPOSITIVOS DE MEDIAÇÃO

Rafael Romão

COMUNICAÇÃO

Maria Carolina Rodrigues

FOTOS

Felipe Carrelli

DESENVOLVIMENTO WEB

Plano B Design

Realização:

Sesc Rio de Janeiro

Sesc Quitandinha – Petropolis – RJ