Do Quintal ao Municipal deve ser entendido entre aspas, mais como uma alusão à visão tradicional da história do choro, que pode começar a ser revista. Do Quintal ao Municipal sim, mas também de volta ao Quintal novamente, e assim sem parar, num movimento de ida e vinda (…) a banda de Anacleto de Medeiros já apresentara uma seleção de temas de Il Guarany, Villa-Lobos já frequentara as rodas de choro da casa do pai de Pixinguinha; e o pioneiro do violão chorista, Sátiro Bilhar (que nome!), tocara também música clássica. Então quem veio primeiro: o Quintal ou o Municipal?
Hermano Vianna, no prefácio do livro Choro do Quintal ao Municipal
O Baile Pobre e O Baile Rico, de K.Lixto, 1905.
Mais que um gênero musical, o Choro é uma musicalidade que permeia tudo que há de rico na música do Brasil. Da sofisticada elaboração de Villa-Lobos até o samba que se ouve no botequim, o Choro está em todas. Nascido no Rio há mais de 150 anos, o Choro adentra o novo milênio esbanjando vitalidade e atraindo novas gerações.
A exposição Choro do Quintal ao Municipal, foi desenvolvida a partir do livro homônimo, de Henrique Cazes, publicação definitiva sobre a trajetória dessa musicalidade, seus heróis, seus instrumentos e seus múltiplos ambientes, do quintal ao Municipal. Identifica a cadeia evolutiva do Choro, desde os pioneiros como Joaquim A. S. Callado e Anacleto de Medeiros até os contemporâneos Paulinho da Viola e Hermeto Pascoal.
Pesquisa
A montagem contou com ampla pesquisa de acervo – iconográfico, partituras, instrumentos, objetos, documentos e memória oral – concentrando e gerando informações sobre o tema. Apesar de tanta importância, as informações sobre o Choro se encontravam ainda dispersas em acervos particulares, de colecionadores e herdeiros, em museus, arquivos públicos, bibliotecas e instituições. Identificar esse acervo continua sendo fundamental para reunir a memória do Choro.
Pretendeu também promover e divulgar o Choro, evidenciando sua efervescência e contemporaneidade, mapeando as novas formações e grupos atuantes no Choro, apoiando a sua inserção no mercado fonográfico.
Ciclo musical
Como extensão do projeto, o BNDES realizou, em novembro de 2001, um ciclo musical, com 4 shows e diversos interpretes, abordando a história do Choro.
Livreto
Livro
Choro do Quintal ao Municipal, Henrique Cazes. Prefácio de Hermano Vianna.
Editora 34. Coleção Todos os Cantos.
Disco
Coletânea criada e montada por Henrique Cazes para acompanhar e ilustrar seu livro Choro do Quintal ao Municipal. Clique aqui e conheça o repertório.
Espaço BNDES
Inauguração 7 de agosto de 2001
UERJ / Encontro de Pesquisadores da MPB (MIS). Rio de Janeiro, outubro 2001
Centro Cultural Banco do Nordeste do Brasil S.A. Fortaleza, janeiro 2004
Parkshopping. Brasília, agosto 2005
Natura. São Paulo, 2005
Idealização e Coordenação: Ana Cunha . Curadoria: Henrique Cazes . Ambientação Cênica: Jefferson Duarte . Design: Andréia Resende . Designer Assistente: Flavio Loureiro . Coordenação de Pesquisa: Simone Pereira de Sá . Pesquisadores: Felipe Barros e Leonardo de Marchi . Fotos e Reproduções: Fernando Torres . Equipe de Produção: Tânia Galhardo, Clarice Pamplona e Dinho.
Parcerias
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES)
Centro Cultural Banco do Nordeste do Brasil S.A
Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (FAPERJ)
Apoio do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense – PPGCOM/UFF e da Secretaria Municipal de Cultura (RJ)